Ricardo Telles, diretor presidente da Perplan, fala sobre 2022 para companhia e os planos para 2023

22 de dezembro de 2022 em  Nossa Gente

2022 para perplan

Desafiador e gratificante. Podemos ilustrar assim o ano de 2022 para a Perplan, segundo Ricardo Telles, diretor presidente da companhia que, em uma sincera entrevista, falou sobre os desafios superados durante o ano, as conquistas e os planos para 2023.

Questionado sobre como ele resume 2022, Ricardo foi realista ao falar sobre o nível de dificuldade encontrada no caminho e também com relação aos resultados obtidos, com recordes de lançamentos e vendas.

“Aconteceu muita coisa em 2022 e tudo isso em um ano turbulento de eleições, Copa do Mundo, um segundo semestre difícil. Mas, felizmente, todas as áreas cresceram, foram bem”, se orgulha.

Leia na íntegra o Balanço de 2022 e as Perspectivas para 2023 para Perplan, feita por Ricardo Telles, diretor presidente da companhia, em um bate papo exclusivo para o Blog com toda a bagagem profissional de quem entende e vive de perto o mercado imobiliário nacional.

Blog Perplan: Como você resume o ano de 2022 para a Perplan? Das conquistas e desafios, quais foram os maiores?

RT: O ano de 2022 foi desafiador, principalmente no segundo semestre. Ainda assim, tivemos um recorde de lançamentos e volume de vendas. A empresa lançou quatro novos empreendimentos e atingiu cerca de R$ 400 milhões de vendas brutas, entre produtos novos e do estoque (como são chamados no setor imobiliário empreendimentos lançados em anos anteriores).

A engenharia também foi muito bem. Tivemos em 2022 três novas obras iniciadas – Floriano 1680, Grandverse Garden e Hype Residence – e dois empreendimentos entregues – Deodoro 2090 e Parque dos Resedás.

Em 2022, foram perto de 40 mil m² construídos em obras de incorporação, ou seja, nas edificações prediais verticais. E realizamos a urbanização de 290 mil m² em loteamentos.

As sociedades da Perplan com outras empresas também foi um dos desafios superados esse ano. Fizemos sociedades em São Paulo, Votorantim, Itatiba, entre outras.

Um outro aspecto importante na empresa como um todo foi a reorganização societária. A empresa tinha cinco sócios, agora tem quatro – a Perplan comprou a parte do José Rubens Bevilacqua.

Blog Perplan: Muitas batalhas. Destaca algum outro desafio importante superado?

RT: Outra batalha duríssima foi a aprovação de um empreendimento em Anápolis-GO. O registro foi aprovado recentemente, mas até essa vitória acontecer houve muita dificuldade com a Saneago (Companhia de Saneamento de Goiás), mas, enfim, já está pronto para ser lançado no início do ano que vem.

As áreas de captação de negócios também tiveram conquistas esse ano, tanto para incorporação, como para urbanismo – elas colocaram para dentro da empresa mais de R$ 1 bilhão em novos negócios para os próximos anos.

Blog Perplan: Foi um ano atípico e o mercado como um todo precisou se adequar. Como foi com a Perplan?

RT: Aconteceu muita coisa em 2022 e tudo isso em um ano turbulento de eleições, Copa do Mundo, um segundo semestre difícil. Mas, felizmente, todas as áreas cresceram, foram bem.

Inadimplência? Temos indicadores muitos saudáveis, comparados com outras empresas do mercado.

A empresa vira o ano com um estoque de R$ 400 milhões aproximadamente. O interessante é que praticamente não temos estoque de produto pronto, significa que vendemos tudo o que produzimos.

Esses R$ 400 milhões são na grande maioria de produtos lançados agora ou cujas obras estão começando. Isso é importante para a saúde da empresa.

Além desse estoque, estamos prevendo mais seis lançamentos para 2023. Então, o desafio será esse.

Blog Perplan: E sobre os planos para 2023, quais os desafios em destaque?

RT: O principal desafio para 2023 será o cenário político-econômico. Há uma grande preocupação em relação à Lei das Estatais, à PEC de transição. Isso tudo reflete em juros para nós. Juro alto prejudica o nosso negócio.

Em um país que seguia no ramo liberal, a projeção era a taxa Selic baixar, com contenção de gastos, redução do Estado, privatizações, custo do Estado diminuindo, uma reforma tributária sendo discutida para melhorar o sistema, etc.

Então, o que o mercado previa era que em meados de 2023 esses 13,75% da taxa Selic de hoje começassem a baixar e iria para 11% até o final do ano.

Agora, virou a mão e vem aumento de gastos e uma série de outras mudanças que faz o mercado futuro já projetar, para 2024, uma Selic de 14%. Então, a expectativa é que tenhamos mais um ano de juros altos, o que impacta tanto para nós captarmos financiamento para a produção, como para o cliente financiar o imóvel.

Blog Perplan: E para os loteamentos, as projeções são as mesmas?

RT: Isso no vertical, no loteamento já não é assim. A gente se financia e o comprador de loteamento no plano longo compra com juros a 10% ou 12%, conforme o movimento de mercado. Então, o desestímulo dos juros altos afeta mais o mercado vertical.

Esse foi Ricardo Telles, diretor presidente da Perplan, e a sua visão sobre o ano de 2022 e as perspectivas para o ano de 2023 da Perplan.