Queda na Taxa Selic estimulará mercado imobiliário

17 de julho de 2020 em  Mercado

Com a taxa de juros em 2,25%, investimentos de alto risco tornaram-se menos atrativos, portanto, uma saída segura para garantir os rendimentos é adquirir um imóvel

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) reduziu a taxa básica de juros, conhecida como Taxa Selic, para 2,25% ao ano em sua última revisão, em 17 de junho. É a menor desde 1999, quando se criou o plano de metas para controlar a inflação.

O veredito do Copom ocorreu em meio a um cenário mundial caótico, que sofre com a paralisação de diversos setores da Economia por conta do isolamento social causado pela pandemia do novo coronavírus.

Mas como a Selic influencia o mercado imobiliário? Carlos Elias, professor do Curso de Economia do Centro Universitário Moura Lacerda, de Ribeirão Preto (SP), explica que “sua redução tende a fazer com que as taxas de retorno da Renda Fixa fiquem pouco atraentes”.

O novo patamar de taxas muda a vida do investidor, que tem visto seu dinheiro render menos e, em tese, deixa mais fácil a vida do tomador de empréstimo, que conta com linhas mais acessíveis no mercado.

O investidor que experimentou, nos últimos anos, bons ganhos na renda fixa – como na poupança, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) com taxas pós-fixadas, fundos e títulos do Tesouro – ou na variável – como na bolsa de valores – deverá voltar a olhar para os imóveis como uma opção conservadora e mais rentável.

“O momento é favorável para a compra de imóveis. Uma menor taxa básica de juros reduz o custo do financiamento e o valor da parcela e, consequentemente, o preço do imóvel. Mesmo levando-se em conta a baixa liquidez, entendo que o momento é oportuno para o investimento no mercado imobiliário”, afirma o economista.

O mercado imobiliário recebe ainda outro estímulo: a ampliação da linha de crédito. A carência, período pelo qual o tomador paga somente os juros do financiamento, é uma novidade nessa modalidade e um alívio no caixa do cidadão.

“A queda nos juros é, naturalmente, um atrativo para o investimento no setor imobiliário em oposição ao mercado especulativo. Estamos vivendo um momento de grandes mudanças comportamentais. A forma de investimento também tem mudado, porque as pessoas estão mais conscientes de que é necessário pensar com mais clareza em seu futuro”, afirma Ricardo Telles, diretor Presidente da Perplan.

Com 20 anos de história, a Perplan é uma incorporadora e urbanizadora com foco no desenvolvimento de bairros planejados, loteamentos com infraestrutura completa e empreendimentos verticais sofisticados e com alta qualidade em acabamentos. A empresa, fundada em Ribeirão Preto (SP), já lançou mais de 30 produtos imobiliários em sete cidades brasileiras. São mais de 5,9 mil unidades já entregues, entre lotes, casas e apartamentos.

Taxa Selic

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) é taxa básica de juros do Brasil, criada para controlar a inflação, pois influencia outras taxas de juros cobradas no País. Por exemplo, como houve a redução para 2,25%, os valores cobrados nos financiamentos, empréstimos de bancos, cheques e cartão de crédito ficam mais baixos.

A tendência é que novos cortes ocorram ainda em 2020. “As taxas de juros atuais são, historicamente, as mais baixas do País. O mercado espera uma nova redução devido ao nível de atividade econômica e às previsões para inflação”, conclui o economista e professor Carlos Elias.

Perfil dos compradores

De acordo com a pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo) e pelo Grupo ZAP, desde 2014, para investigar tópicos relevantes do mercado imobiliário, 48% dos entrevistados são do gênero feminino e 52%, do masculino.

Em termos de faixa etária, a maioria dos compradores do primeiro trimestre de 2020 tem 41 anos de idade ou mais (57%), enquanto o restante da amostra (43%) correspondia a pessoas com até 40 anos. A idade média dos entrevistados foi de 46 anos, patamar muito próximo ao da média histórica dos participantes da pesquisa (45 anos). 

Morar ou utilizar como fonte de renda?

A pesquisa revelou que a maioria dos compradores (56%) declarou intenção de usar o imóvel adquirido para moradia, enquanto 44% optou por investir. Entre aqueles que adquiriram imóveis, 61% o fizeram como investimento, pensando na renda com o aluguel do mesmo.

Entre os que pretendem comprar imóveis nos próximos três meses, grande parte tinha como principal objetivo destinar para moradia (86%). Por outro lado, os 14% que classificaram sua intenção de compra como investimento não é para revenda, mas têm interesse na obtenção de renda de aluguel (74%).

Desde os primeiros meses de 2018, o percentual de compras para investimento recuou ao menor patamar histórico de maio de 2019 (31%). A partir de então, a proporção daí houve ligeira elevação, atingindo 37% no primeiro trimestre de 2020.

Entre os investidores, o interesse na obtenção de renda de aluguel pouco se modificou ao longo dos últimos 12 meses, oscilando entre 59% ao final de 2019 e 61% em meados de março de 2020. O interesse em revenda futura variou entre 41% e 39% no mesmo intervalo de tempo.