O protagonismo feminino

8 de março de 2021 em  Geral

A cada dia mais mulheres ocupam postos de liderança e têm maior participação em espaços sociais, profissionais e políticos

Contar a história das mulheres no mercado de trabalho é falar sobre conquistas. Apesar de terem começado a entrar no mercado para substituir os homens que foram para os campos de batalha na 1ª e 2ª Guerras Mundiais (1914-1918 e 1939-1945) e se tornado a maior parte da classe operária, por muito tempo as mulheres trabalharam sem direitos. Como dissemos logo no início, houve conquistas. Foram muitas, mas ainda há tanto a mudar e melhorar.

Elas no mercado imobiliário

Até o ano de 1958, as mulheres eram proibidas de atuar como corretoras de imóveis, de acordo com o Artigo 37 do Código Comercial Brasileiro, Lei nº 556, de 25 de junho de 1850. Apenas após a revogação do artigo elas puderam exercer a profissão no Brasil.

A pesquisa mais recente feita pelo Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis), de 2013, mostra que do começo dos anos 2000 até hoje o número de mulheres corretoras aumentou 144%. Dados do Sistema Cofeci-Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), de agosto de 2019, apontam que atuam no país 389,4 mil profissionais neste setor e que mais de 40% são mulheres.

 Mulheres na Perplan

Da mais nova contratada até as funcionárias antigas é unânime o apoio que a Perplan dá às mulheres. A arquiteta Stella Queiroz Del Lama, de 28 anos, conta que, apesar de estar há menos de um mês na empresa, já considera o ambiente “ótimo”. “Todos são muito solícitos, simpáticos e educados. Estou adorando!”, diz a analista de PDV (Ponto de Venda).

Uma das primeiras mulheres a entrarem para a equipe, em 1998, Carmen Célia Gonçalves conta que sua história começou quando a empresa ainda se chamava Construtora Perdiza Villas Boas. No ano 2000, com a união da Perdiza e Construplan, nasceu a Perplan, e Carmen Gonçalves continuou seu trabalho como recepcionista. Em 2012, foi promovida a secretaria, função que exerce até hoje “com muita paixão e gratidão”.

“Nos últimos anos, as mulheres têm ocupado mais cargos no mercado de trabalho, principalmente na construção civil. Aqui na Perplan, temos as mesmas oportunidades que os homens. É um ambiente extremamente justo para todos, o que faz com que nosso trabalho seja mais produtivo”, explica Carmem Gonçalves.

O desafio da maternidade

Coordenadora Financeira, 37 anos, Luciana Piai Nogueira Teixeira ressalta que a maternidade trouxe a responsabilidade por outra vida. A preocupação é constante, principalmente, quando a criança é muito pequena e não consegue se expressar. “Não dá para dizer que é fácil, mas conciliar a própria rotina e a dos filhos é gratificante, pois nos realiza duplamente”, diz.

Renata Rodrigues também é mãe e o filho, Davi, é sua prioridade. “Hoje, ser mãe é a minha melhor função. Dedico-me a ele com todas as forças, sem colocá-lo como obstáculo a minha vida profissional”, diz.

A analista de Departamento Pessoal explica que, apesar dos desafios para conciliar trabalho e maternidade, ver mulheres trilhando esse caminho é inspirador. “E ser uma boa profissional reflete de forma positiva na criação de meu filho, nos conceitos e valores que passamos para ele, contribuindo com o seu futuro”, fala.

O poder do exemplo

O crescimento da representatividade das mulheres no mercado imobiliário, não é surpresa ao observamos que elas são a maioria na busca por cursos de especialização, independente da área na qual atuam, o que mostra iniciativa em aprender, modernizar e colaborar com as empresas e setores onde trabalham.

Segundo dados do Censo Escolar de 2018, presente no site do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira”), as mulheres são maioria entre os bolsistas de Mestrado e Doutorado no Brasil. Somavam, à época, 195 mil matriculadas em cursos com financiamento da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), em um universo de 364 mil estudantes.

Maysa Athayde Peixoto Lima, coordenadora de Orçamentos, acredita que é preciso se manter atualizada e se reinventar a cada dia, para otimizar processos, reduzir custos e garantir a qualidade, atratividade e lucratividade dos produtos, pois o mercado está cada dia mais competitivo e desafiador.

Uma certeza é que mulheres vendo outras crescendo e ocupando espaços que já foram, majoritariamente, masculinos, é inspirador. Renata Rodrigues diz que a diversidade muda as empresas, a visão e os valores corporativos, transformando, inclusive, a forma delas se relacionarem com o mundo.

Espaços reconquistados

Stella Del Lama, a mais nova contratada da Perplan, acredita que muitos homens ainda se sintam inferiorizados quando veem alguma profissional mulher no comando, dando ordens, dizendo o que ela quer, o que não quer e como quer.

A analista de PDV conta que sempre que tentaram diminuir sua capacidade como profissional, seja por qualquer coisa ou apenas por ela ser mulher, lembrava das palavras do pai – “Quem tem mais, dá para quem tem menos” – e mantinha seu posicionamento contra qualquer falta de respeito ou de educação.

Luciana Teixeira ressalta que o Mercado de Capitais, onde trabalhou, era um espaço majoritariamente masculino – durante quase todo o período de 7 anos havia somente ela de mulher na empresa. Hoje, diz já não sentir esse contraste e que vê os ambientes cada dia mais diversos.

“Independentemente de como é formado o ambiente, se nos dedicamos, temos confiança do nosso conhecimento, mantivermos respeito e bom relacionamento, tudo irá bem”, explica a coordenadora Financeira.

Entramos em março, Mês Internacional da Mulher. Comemoremos seu dia – 8 de março – e as conquistas delas. Que este período seja utilizado não apenas para celebrações, mas, também, para que nos eduquemos sobre movimentos feministas e a importância das mulheres no mercado de trabalho.