Apostas para a decoração em 2021

25 de janeiro de 2021 em  Dicas

Arquitetos e decoradores contam o que esperar para o próximo ano

O ano de 2020 foi atípico e isso refletiu na forma como as pessoas passaram a se relacionar com suas casas. O isolamento social fez com que a busca por móveis e itens de decoração aumentasse em 23,61% entre março e abril, de acordo com pesquisa divulgada pela ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico). Isso mostra como a procura por tornar a casa mais aconchegante, acolhedora e personalizada cresceu.

Principais de tendências

De acordo com o Pinterest Predicts, relatório de tendências da Rede Social de compartilhamento de imagens, as pesquisas sobre “estante divisória de ambientes” aumentou 150%, as sobre “design de biblioteca em casa” cresceram sete vezes e a moda minimalista também teve destaque, com aumento de 115% nas buscas por “cozinha moderna minimalista”.

Outros grandes destaques de pesquisas na Rede Social são o estilo japandi, que é uma mistura do minimalismo japonês com o estilo escandinavo. Também conhecido como “scandinesa” ou “japanordic”, tem sido considerado um grande movimento no design, misturando o minimalismo ao estilo rústico moderno.

Minimalista, com linhas simples e cores neutras, a estética cresceu 100% nas pesquisas. Já a iluminação neon, tendência entre os da Geração Z, para criar decorações diferentes e coloridas, teve um aumento de 155% nas buscas.

Patrícia de Mello conta que as principais tendências são aquelas ligadas ao conforto e à flexibilidade dos espaços. “Experimentamos durante esse ano um novo jeito de morar e trabalhar, sendo que essa fronteira tornou-se quase inexistente”, conta a profissional.

Ela explica que ficar mais tempo em casa tornou muito mais valorizado o bem-estar, em todos os sentidos, com a necessidade de móveis mais confortáveis e locais mais aconchegantes. Em 2021, as buscas continuarão sendo por mais espaços humanizados, com mais contato com a natureza, sejam imóveis com varanda e ambientes abertos ou vasos e paredes verdes, que trazem esse bem-estar para locais fechados, Home Office mais equipados e planejados com muito mais comodidade e acolhimento.

O arquiteto Lucas Lincoln diz que o conforto se tornou uma grande tendência, com ambientes propostos para dar aconchego e afeto, trazendo a sensação de carinho.

Ele explica que cada vez mais pessoas buscam essa dedicação aos ambientes compartilhados, seja com a família ou os amigos. Como 2020 foi muito difícil em vários aspectos, o olhar para o interior foi desejado com mais afago e a ideia de customizar a própria decoração tem ganhado mais força. “Acredito que a principal tendência para 2021 é criar espaços com mais personalidade”, conta Lincoln.

As cores do momento

Recentemente, a Pantone Color Institute, conhecida empresa americana da área gráfica, que desenvolve sistemas codificados de cores, divulgou duas para 2021: o cinza PANTONE 17-5104 Ultimate Gray e o amarelo PANTONE 13-0647 Illuminating.

A arquiteta Patrícia de Mello ressalta que a Pantone, empresa por trás dos principais estudos cromáticos do mundo, aposta que 2021 será marcado por uma seleção de cores inspiradas na beleza da natureza, com variações de laranjas e amarelo, terracotas, azuis, verdes, rosas e vermelhos, trazendo força e energia para um ano tão esperado.

As empresas de tinta têm como aposta tons que remetem à natureza. A Suvinil apresentou o Rosa Meia-Luz e a Coral, o Pedra Esculpida para levar calma e neutralidade aos ambientes.

Lincoln acredita que a próxima aposta serão cores vibrantes e tropicais, representadas por um novo estilo, tanto de vida como de esperança por momentos melhores na humanidade. “O mundo está passando por uma transição, na qual aceitar novas condições será essencial para tudo. Logo, acredito que cores que aquecem e vibram farão parte essencial de nossas vidas”, fala o arquiteto.

Uma nova década

As tendências sempre estão se renovando, às vezes trazendo elementos do passado ou se reinventando por completo. Isso se aplica na moda para decoração e arquitetura. Na última década, sentimos fortemente a influência do minimalismo e dos tons monocromáticos na Arquitetura de Interiores. O bege e, posteriormente, o cinza foram os tons favoritos para as paredes e os tecidos, salienta Patrícia de Mello.

“Gosto muito dos tons neutros em peças-chave e mais duráveis, como grandes sofás e marcenaria, e me agrada também essa diminuição de quantidade de detalhamentos em geral, deixando os ambientes mais amenos. Mas confesso que se chegou a um exagero, porque, hoje, sentimos falta da individualidade e da humanização. Essa leveza e assepsia visual que o minimalismo trouxe acabou nos levando a uma despersonalização, tornando alguns espaços perfeitos, esteticamente, porém, sem alma”, ressalta a arquiteta.

Lincoln afirma que para a nova década que se aproxima as referências do passado serão importantíssimas para podermos formar novos conceitos e alimentar movimentos culturais, em todos os aspectos, além da Arquitetura e Decoração.

Para deixar em 2020

A aposta para 2020 era a flexibilização dos espaços, apostando na tendência mundial do coletivo, dos coworkings e colivings, que são, respectivamente, ambientes pensados para trabalhadores autônomos, para networking e para receber clientes, e um local de moradia compartilhada, com áreas em comum como sala e cozinha.

A pandemia fez com que essa tendência, tão forte e que acompanha o pensamento mundial, fosse adaptada e o propósito inicial dos espaços coletivos, repensado.

Tendo em vista a Covid-19, serão mantidos ambientes pessoais que proporcionem segurança. Cápsulas de trabalho, móveis com espaldar alto formando um casulo, por exemplo, são adaptações necessárias com a qual teremos que conviver em nome da saúde.